A VERGONHA DE SER HONESTO
“A falta de justiça, srs. Senadores, é o grande mal de nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo o nosso descrédito, é a miséria desta pobre Nação.
A sua grande vergonha diante do estrangeiro é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais.
A injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade,o bem cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto” (os grifos não são do original)
= Trecho de discurso de RUY BARBOSA, proferido no Senado Federal, em 1914 =
(in Obras Completas de Rui Barbosa, 1914, Vol. 41, Tomo 3, pág. 86)
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